LEI DA IMPRENSA

Direito de resposta ao artigo “Correio da Manhã recebe 147 mil euros para organizar dois eventos de promoção de Carlos Moedas”

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Carlos Rodrigues|04/06/2025

Direito de resposta, ao abrigo do artigo 24.º, e seguinte, da Lei da Imprensa, referente ao artigo Correio da Manhã recebe 147 mil euros para organizar dois eventos de promoção de Carlos Moedas


Num exercício de jornalismo-tainha, que confunde investigação com mera consulta de fontes abertas, prática a que nos tem habituado ao longo dos anos, publicou o site que V. Ex.ª dirige uma notícia sobre o congresso “Uma Cidade para Todos”, organizado dia 28 de maio pelo Correio da Manhã.

Nessa notícia, e com a alegação de que a autarquia lisboeta terá pag[ad]o “147.600 euros à Medialive”, caracteriza-se esta organização como “promiscuidade sem recibo”, sugerindo uma transacção comercial que visaria comprar a minha consciência.

Ora, quero deixar bem claro que não admito essa insinuação insidiosa.

Não tolerarei lições de ética nem de moral de ninguém, nem estou disponível para admitir que se lancem atoardas sobre a minha independência ou sobre a independência do jornal que dirijo.

A minha liberdade e a minha independência, tal como as das minhas equipas e do projeto que dirijo, não são transacionáveis por nenhum dinheiro do mundo, como, aliás, os nossos leitores e espectadores bem sabem.

Quero também deixar claro, e de uma vez por todas, que a participação nesta, como em qualquer outra conferência, não pode ser confundida com publicidade.

Discursar, apresentar ou moderar debates em eventos públicos organizados pela nossa empresa nunca, jamais, em tempo algum será influenciado pelo modelo de financiamento, seja ele qual for.

Misturar estes conceitos visa unicamente denegrir e espezinhar a dignidade profissional dos jornalistas visados, entre os quais me incluo.

Insinuar que deixarei de ser o jornalista livre que sou há 33 anos, dia por dia, simplesmente por dar os boas-vindas a participantes num congresso porque os custos da organização são partilhados com um qualquer parceiro seria tão cobarde e canalha como insinuar que o site que V. Ex.ª dirige me ataca porque não obteve determinado investimento, ou, pior ainda, que não investiga as tropelias no alojamento local porque vive de rendimentos similares em Lisboa.

Ora, quero garantir-lhe que jamais ouvirá da minha boca esse tipo de ataques, vis, torpes e soezes.

Aproveito para endereçar-lhe afetuosos cumprimentos.

Carlos Rodrigues

Director-Geral do Correio da Manhã e da CMTV

N.D. O PÁGINA UM desconhece o significado de “jornalismo-tainha”. Jamais utilizou a expressão “promiscuidade sem recibo”; só usou a expressão “promiscuidade”. Em vez de alegações, apresentou documentos. Diverge na concepção sobre fontes abertas – aliás, tem batalhado precisamente para que toda a informação administrativa seja pública. A notícia refere um contrato de prestação de serviços em que a autarquia de Lisboa pagou um serviço executado por jornalistas. O director do PÁGINA UM revela todos os seus interesses (económicos, sociais e ideológicos) numa Declaração de Transparência, desde a fundação do jornal, ao contrário do director do Correio da Manhã. Os homens não são aquilo que dizem; são aquilo que fazem.

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