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Editorial do director do jornal PÁGINA UM sobre um comentário do 'agente de comunicação' Luís Paixão Martins, no canal Now, e ainda uma nota sobre uma publicação lamentável da directora de informação da agência Lusa, Luísa Meireles, na rede X. Tudo isto, ainda no rescaldo do 'furo' jornalístico do PÁGINA UM, que revelou o encontro 'fora de horas' entre o Chefe do Estado-Maior da Armada e o ministro da Defesa, Nuno Melo, num bar, em Lisboa.

Uma rubrica com reflexões e conjecturas, convenientemente ilustradas, de Ruy Otero.

Na sétima sessão de BIBLIOTECA DO PÁGINA UM, Pedro Almeida Vieira conversa com o escritor e revisor Manuel Monteiro.

Os investidores não sabem qual o valor da indemnização que a SIC acordou com a apresentadora Cristina Ferreira. Também desconhecem qual o impacto que o encaixe milionário vai ter nas contas da Impresa em 2024. Apesar de a lei exigir que as empresas cotadas em Bolsa divulguem informação relevante, como negócios que tenham impacto nas contas, a Impresa ainda não comunicou o acordo ao mercado. O 'polícia' da Bolsa portuguesa, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, não diz se vai obrigar a Impresa a divulgar o acordo com Cristina. Mas não é só a indemnização 'choruda' que fica no 'segredo dos deuses'. A Impresa também não divulgou informação sobre a insolvência da Trust in News, empresa que lhe vai deixar um 'calote'. Nos últimos cinco anos, esta é, pelo menos, a terceira vez que a Impresa não divulga informação clara ao mercado.

Com o espírito irreverente e mordaz de Brás Cubas, esta entrevista imaginária com o Pai Natal é um mergulho numa sátira mordaz ao estado do mundo. Num diálogo que oscila entre o humor ácido e a crítica social, o velho símbolo natalício revela uma visão cada vez mais desanimada sobre o presente e o futuro, mas sem nunca perder a centelha de esperança que carrega no seu mítico saco, excepto a partir de momentos em que lhe falam dos seus conflitos em terras eslavas. A partir de um optimismo, embora cauteloso, garantindo que o seu saco está cheio – nem que seja de esperança –, rapidamente a conversa descamba.... Eis uma conversa que desafia o riso e o desconforto, expondo verdades universais sob o véu da sátira. Uma leitura natalícia para quem ainda acredita – ou quer acreditar – na magia da bondade humana.

Em declarações ao PÁGINA UM, André Correia Pais, administrador de insolvência da Trust in News, diz que a sua máxima prioridade tem sido manter os títulos nas bancas, bem como os empregos dos trabalhadores, e garante ser falso estar a preparar uma liquidação, até por ser essa uma decisão dos credores. Para já, apesar da situação deficiária, o administrador judicial assegura estar a trabalhar para que não haja cortes de fornecimentos e assim manter a produção jornalística e promete que uma pequena parte do subsídio de Natal (1/12) será entregue aos trabalhadores, que acumulam já vários salários em atraso.

Martin Kulldorff foi professor de Medicina na Universidade de Harvard durante duas décadas. O trabalho desenvolvido pelo proeminente epidemiologista e bioestatístico sueco é amplamente reconhecido. Membro da comissão da norte-americana Food and Drug Administration (FDA). dedicada à segurança de medicamentos e gestão de risco, os seus modelos de software são muito utilizados, nomeadamente pelo CDC, nos Estados Unidos, para a rápida detecção de surtos de doenças infecciosas e de reacções adversas graves a vacinas. Durante a pandemia da covid-19 foi uma das vozes a favor de uma estratégia que salvasse vidas sem deixar danos colaterais graves na saúde pública e na sociedade. Foi um dos três reputados professores que escreveram a histórica Declaração de Great Barrington. Mas suas posições valeram-lhe a censura, insultos e difamação. Nesta entrevista ao PÁGINA UM, Kulldorff fala sobre as lições da pandemia e a sua esperança de que, na Ciência e nas políticas de saúde pública, se vai voltar aos factos e às decisões baseadas na evidência científica. Também revelou que prepara o lançamento de uma publicação científica na qual os cientistas poderão publicar os seus estudos e artigos, com transparência, criando o espaço para o debate.

Um conto do escritor brasileiro Lourenço Cazarré, sempre aos domingos, quinzenalmente.

O caso começou por ser uma situação grave, revelada pelo PÁGINA UM, em torno da duvidosa ligação do Almirante Gouveia e Melo à Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa. Mas complicou-se e há novas informações que põem em xeque o Chefe do Estado-Maior da Armada. Para ser regente e professor convidado, Gouveia e Melo teria de requerer, ao abrigo do Estatuto Militar, uma acumulação de funções ao Chefe do Estado-Maior da Armada, ou seja, a ele próprio, um impedimento legal. A alternativa - uma autorização informal - também seria ilegal. Mas de ilegalidades está este processo cheio, porque entretanto a Faculdade de Direito da Universidade Nova admitiu que afinal não há qualquer parceria assinada, apesar da regência de Gouveia e Melo a uma cadeira, onde dá uma palestra anual, durar há mais de dois anos, a convite da ex-líder do CDS Assunção Cristas. Eis mais um episódio de um esquema de ‘melhoria artificial’ do currículo do homem que lidera as sondagens para as Presidenciais de 2026.

"[...] Não se pode esquecer – e Mafalda Anjos tem obrigação de saber, pelos seus lamentados largos anos em cargos de liderança em órgãos de comunicação social – que a Lei da Imprensa é clara, no seu artigo 20º: o director tem o direito de “ser ouvido pela entidade proprietária em tudo o que disser respeito à gestão dos recursos humanos na área jornalística, assim como à oneração ou alienação dos imóveis onde funcionem serviços da redacção que dirige” e ainda de “ser informado sobre a situação económica e financeira da entidade proprietária e sobre a sua estratégia em termos editoriais”. Se Mafalda Anjos não quis exercer esse direito ou até teve mas nada entende de demonstrações de resultados, deveria, em qualquer dos casos, ter batido com a porta logo no primeiro ano de liderança da Visão. Mas ela esteve como directora desta revista entre 2016 (antes ainda da chegada de Luís Delgado) e final de 2023. Foi 'publisher' de todas as revistas do grupo de Luís Delgado entre Janeiro de 2018 e Dezembro de 2022. Só saiu de tudo quando o barco estava a afundar, mas tratou antes de conseguir para si um acordo de rescisão de 54 mil euros, tendo o karma lhe concedido, em troca, (mais) um calote do Luís Delgado [...]"

Os gerentes da Trust in News (TIN), dona das revistas Visão e Exame, não vão ficar à frente do processo de insolvência do grupo de media, mas esta nem é uma má notícia para os trabalhadores do grupo de media pertencente ao ex-jornalista Luís Delgado. Pelo contrário, o seu afastamento, hoje decretado pelo Tribunal de Sintra, abre portas à possibilidade de venda de 16 títulos da imprensa portuguesa a outros investidores, com a 'vantagem' de poderem ser comprados sem quaisquer dívidas, embora com o poder de reajustamento das redacções. Este é mais um episódio de uma crise financeira num grupo de media, que começou a ser denunciada pelo PÁGINA UM em Julho do ano passado após detectar dívidas de milhões ao Fisco e à Segurança Social permitidas pelo Governo socialista. A Trust in News nunca esteve na lista dos devedores do Estado mesmo se os 'calotes' se iniciaram logo após a compra em 2018 dos títulos à Impresa, do grupo de Francisco Pinto Balsemão, que se livrou de autênticos 'activos tóxicos'. Luís Delgado arrisca agora, além de condenações por abuso de confiança fiscal, a ser processado por falência fraudulenta. E o Estado vai perder mais de 15 milhões de euros.