Artigos relacionados com: "trust in news"

Dona do Diário de Notícias está em falência técnica e mentiu ao regulador
Ao regulador, e publicamente, a Global Media diz ter ainda capitais próprios positivos, acima de sete milhões de euros, mas nas suas contas consolidadas mostra afinal uma situação de falência técnica, depois de prejuízos no ano passado de mais de sete milhões de euros. Acrescem ainda dívidas ao Estado de nove milhões de euros, que foram 'ignoradas' quando o Governo Montenegro decidiu comprar as participações na Lusa detidas por este grupo de media, novamente dominado por Marco Galinha. Com a transmissão recente da exploração de diversos títulos e a venda da TSF a um grupo de empresários liderado por Domingos de Andrade, o cenário da Global Media, que ficou apenas integralmente com o Diário de Notícias, é mais do que sombrio. E o Estado está assim prestes a assumir outro 'calote', adicionado ao da Trust in News, o grupo liderado por Luís Delgado, que tem uma dívida fiscal e à Segurança Social de 15 milhões de euros.
22/08/2024
Pedro Almeida Vieira

O Estado quer salvar a imprensa? Seja então mais transparente e reforce a protecção dos jornalistas
Ao invés de mantermos, num esforço titânico, uma periodicidade diária com poucas notícias, artigos de opinião, entrevistas e outros conteúdos, passaremos a ‘renovar’ integralmente o jornal numa periodicidade quinzenal. A primeira edição com a nova periodicidade será já o próximo dia 8 de Agosto. Na prática, o PÁGINA UM pouco reduzirá a sua 'produção'; apenas funcionaremos como um tradicional jornal quinzenal, talvez com mais impacte no dia da sua saída, mas que pode perfeitamente prolongar-se ao longo dos dias seguintes. Vamos querer, em pouco tempo, passar para uma frequência semanal e, se as condições o permitirem, retomar edição diária com mais conteúdos, até para potenciar ao máximo a nossa nova redacção.
22/08/2024
Pedro Almeida Vieira

Imprensa escrita: quatro dos principais grupos de media em falência técnica e quase todos acumulam prejuízos de milhões
São quase uma dezena, os maiores grupos da imprensa em Portugal, mas apenas três apresentaram lucros em 2023. Na maioria, os meios de comunicação social de imprensa escrita, em papel e no digital, apresentam prejuízos há anos e três deles estão em situação de falência técnica, com os capitais próprios no 'vermelho'. A crise no sector não é uma surpresa e deriva de diversos factores, incluindo a 'concorrência' das grandes plataformas digitais na captação de publicidade e a mudança dos hábitos de leitura, com recurso a novas e variadas fontes de informação na Internet. A crescente quebra de credibilidade dos media e a sua 'colagem' ao poder político e económico também não ajudam. O PÁGINA UM fez um levantamento da situação financeira dos maiores grupos de imprensa do país, nos últimos oito anos, e encontrou um cenário desolador, com uma tendência de degradação evidente. Mas a deterioração financeira do sector também constitui um risco, na medida em que torna a imprensa ainda mais permeável a pressões comerciais, empresariais e políticas, colocando em causa a sua independência e a qualidade da informação que é publicada. No horizonte, a questão é se parte dos grupos irão desaparecer ou se serão os contribuintes a passar a ser apoiantes 'à força' da imprensa mainstream.
08/08/2024
Elisabete Tavares e Pedro Almeida Vieira

Gouveia e Melo, os lacaios e o Jornalismo castrado numa bandeja
"[...] Sem pudor nem pejo, a CCPJ quer castrar – mesmo sem aspas – o melhor que o Jornalismo sempre deve possuir para se honrar: a independência para jamais proteger, nem por preguiça ou negligência, interesses instalados; o arrojo de enfrentar os poderes; a coragem de lutar pela liberdade de informação até ao limite (e neste caso até nos tribunais); a persistência na busca da verdade e da justiça. [...] Na verdade, não me vejo como herói nem tão-pouco como um eventual herói injustiçado e difamado – até porque uma eventual ‘condenação’ da CCPJ valer-lhes-á mais como vendetta, servindo para lançar um labéu contra o PÁGINA UM, que tem mostrado também os podres da imprensa portuguesa [...]. Vejo-me sim apenas como um jornalista num cenário anacrónico, onde na cúpula da regulação, na CCPJ, estão apenas uns lacaios [...]."
31/07/2024
Pedro Almeida Vieira

O PÁGINA UM no seu labirinto: vamos mudar a frequência
"[...] Em dois anos e meio, não conseguimos a dimensão desejada – e a culpa não é dos nossos apoiantes, que já fazem muito; tem a ver com a dimensão do país, com a pertinência e valorização do que fazemos. É a realidade – e, por muito que nos custe, a realidade é soberana. Uma coisa é certa: nunca me passou pela cabeça contratar jornalistas a quem não pudesse depois pagar. O PÁGINA UM está assim num labirinto: o actual modelo tem as contas equilibradas, mas é fisicamente impossível mantê-lo ou alterá-lo (contratando mais pessoas) para me permitir mais 'folga'. Por estes motivos, a partir de Agosto – e por tempo indefinido, mas que espero seja curto –, o PÁGINA UM vai passar a ter apenas uma edição quinzenal. Ou seja, deixamos de ter notícias e artigos diariamente, e passaremos a actualizar integralmente o conteúdo do site apenas duas vezes por mês, sendo que a primeira será previsivelmente no dia 9 de Agosto. [...]."
28/07/2024
Pedro Almeida Vieira

Inapa: uma intrigante insolvência que cheira a esturro
"[...] Em todo o caso, não deixa de ser extremamente intrigante que o Governo social-democrata tenha puxado agora o ‘tapete’ à Inapa quando a dívida líquida, embora extremamente elevada, estava em finais de 2023 em níveis substancialmente mais baixos do que em 2020, logo após a aquisição da Papyrus Deutschland. Nesse ano, a Inapa encerrou as conta com uma dívida líquida de 315 milhões de euros, que resultou num encargo financeiro de 15,5 milhões de euros. Apenas três anos depois, em 2023, a dívida líquida tinha descido para cerca de 207 milhões de euros (reduziu, assim, 108 milhões de euros), embora resultando, por via do aumento das taxas de juro, em encargos financeiros de 20 milhões de euros. [...] Uma solução pela via da simples e rápida insolvência – para “proteger o dinheiro dos contribuintes”, Pedro Reis, ministro da Economia, dixit – aparenta ser, na verdade, a pior solução para os contribuintes, trabalhadores e para o próprio Estado, além de ir contra a posição da certificação legal das contas de 2023 feitas pela PricewaterhouseCoopers (a não ser que esta auditora tenha andado a ‘apanhar bonés’), que não traçou qualquer quadro de incumprimento financeiro para este ano [...]."
22/07/2024
Pedro Almeida Vieira

ERC quer ‘escurecer’ Lei da Transparência dos Media
Confidencialidade 'ad hoc' sobre os acordos parassociais, redução das entidades com obrigatoriedade de revelarem dados financeiros, expurgo eventual de informação sobre o governo societário e redução substancial de coimas, e mesmo a sua suspensão - eis a 'resposta' do Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) para enfrentar a crise na imprensa portuguesa. A proposta de revisão da Lei da Transparência dos Media - uma legislação que, desde 2015 exige a revelação de informação essencial para perceber quem (e como) está a comunicação social -, apresentada este mês pelo regulador ao Governo e à Assembleia da República, 'mutila' diversos princípios de transparência e abre portas para a criação de modelos pouco ortodoxos de financiamento, através, por exemplo, de acordos parassociais a classificar como confidenciais. Com esse expediente, criam-se as condições para esconder do público quem são os 'decisores' efectivos de uma empresa de media, podendo os detentores do capital social serem meros 'testas de ferro', sobretudo em casos de 'descapitalização' ou falência técnica. Num período crítico para o Jornalismo, esta proposta do regulador é uma autêntica caixa de Pandora, de onde pode sair, efectivamente, todas as desgraças - se é que as já existentes não são suficientes.
18/07/2024
Pedro Almeida Vieira

Visão e Exame têm marcas penhoradas pelo Estado desde 2020
Os registos do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) comprovam que as marcas das revistas mais emblemáticas da Trust in News — a Visão e a Exame — estão penhoradas desde 2020. Já o título da revista Activa 'está no prego' desde o ano passado. Em causa estão processos judiciais de execução iniciados pela Segurança Social e pelo Fisco relativos a dívidas que se acumulavam já desde 2019, segundo documentos consultados pelo PÁGINA UM. Apesar de ter um capital social de apenas 10 mil euros, a sociedade de Luís Delgado conseguiu, surpreendentemente, acumular dívidas da ordem dos 30 milhões de euros e não pagou contribuições dos trabalhadores à Segurança Social nem os descontos de IRS ao Fisco. Em Junho, iniciou um Processo Especial de Revitalização numa tentativa de evitar a declaração de insolvência. Há outros títulos da Trust in News sob penhor, como garantias de empréstimo do Novo Banco, mas Luís Delgado foi registando marcas 'paralelas', salvas agora de penhoras. A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) nunca foi informada pela Trust in News destas penhoras.
17/07/2024
Elisabete Tavares e Pedro Almeida Vieira

Crédito ruinoso: Fundo de Resolução ‘sacode água’ para o Novo Banco
O Novo Banco é um dos lesados da Trust in News, dona da revista Visão, que deve 3,5 milhões de euros à instituição financeira que nasceu na sequência do colapso do Banco Espírito Santo. O Fundo de Resolução, que é accionista e era o responsável pelas injecções de capital no banco para tapar os prejuízos herdados do BES, disse ao PÁGINA UM que não teve responsabilidades no crédito ruinoso concedido à sociedade unipessoal do empresário Luís Delgado para este comprar o portfólio de revistas à Impresa em 2018. Como é que o banco emprestou milhões a uma sociedade com um capital de apenas 10.000 euros e quem deu luz verde ao crédito, são questões sem resposta do Novo Banco. Este crédito, que permitiu a compra do portfólio de revistas da Impresa, deixará como maiores lesados os contribuintes, já que a dívida da Trust in News ao Estado supera os 15 milhões de euros. Recorde-se que o Novo Banco tem um histórico de créditos ruinosos que levaram a injecções milionárias de capital para tapar os buracos deixados por empréstimos concedidos sem que tivessem ficado acauteladas as devidas garantias.
11/07/2024
Elisabete Tavares

Trust in News: Luís Delgado sob risco de condenação por crime de abuso de confiança fiscal
O volume de dívidas da Trust in News – dona da Visão e de mais 16 títulos da imprensa – à Segurança Social e à Autoridade Tributária e Aduaneira revelam que o ex-jornalista e empresário Luís Delgado nunca se preocupou em cumprir as obrigações com o Estado, mesmo estando a ultrapassar largamente o risco de abuso de confiança fiscal, por nem sequer pagar o IVA. Mas, nos últimos tempos, a estratégia mudou: além de não pagar ao Estado, não pagar também a fornecedores. E, nos últimos tempos, aos jornalistas. Assim, além de volumosas dívidas aos bancos (Novo Banco e BCP) e à Impresa, a quem terá comprado as revistas em 2018, a Trust in News foi somando calotes: ao senhorio, aos CTT, a uma empresa de limpeza e a duas de táxis, à Entidade Reguladora para a Comunicação e a tudo o que se cruzasse. Até a sociedade de advogados de Pedro Santana Lopes e o Benfica estão no rol. Pressente-se, aliás, o colapso do grupo, tanto assim que mais de oito dezenas de jornalistas reivindicam créditos. Nesse lote está a ex-directora da Visão, Mafalda Anjos, que no ano passado considerou “fantasiosas” as notícias do PÁGINA UM sobre a situação financeira da Trust in News. Afinal, agora, Mafalda Anjos talvez necessite de apelar à fantasia, pegando numa ‘varinha mágica’ para sonhar vir a receber mesmo os 54 mil euros que lhe foram prometidos aquando da rescisão do contrato no início deste ano.
09/07/2024
Pedro Almeida Vieira

Trust in News: Luís Delgado corrigiu ontem contas de 2021 para assumir elevadas dívidas ao Estado
A revista Visão é semanal, mas agora a sua dona, a Trust in News, 'dá' notícias quase diárias, e todas más. Ontem, a empresa unipessoal do ex-jornalista Luís Delgado decidiu entrar com uma correcção das contas de 2021 para 'introduzir' uma reserva do revisor oficial de contas (ROC) onde se alertava para a dívida ao Estado que era então de 8,2 milhões de euros. A Trust in News, que tinha obrigação legal de certificar as suas contas, nunca o fez, violando o código das sociedades comerciais. Mas isso é apenas mais uma peça de um puzzle que não explica o essencial: como é que um empresário dos media, mesmo se com boas relações no poder socialista (é ainda sócio de João Cepeda, director de comunicação do Governo Costa, na empresa Capital da Escrita) conseguiu sem incómodo endividar-se tanto (30 milhões de euros) em tão pouco tempo (seis anos), tendo investido apenas 10 mil euros? E depois disso, será que o Estado (Governo) vai dar-lhe a mão e usar dinheiros públicos para 'salvar' empregos de jornalistas que andaram seis anos a assobiar para o ar?
05/07/2024
Pedro Almeida Vieira e Elisabete Tavares

Trust in News: sem pagar nada, empresa de 10 mil euros já vai em ‘calotes’ de 30 milhões
Por agora, são 170 os credores da Trust in News, que até incluem o apresentador Cláudio Ramos, embora o apresentador da TVI tenha ficado a 'arder' com apenas 3.400 euros. Pior está o Estado, que é credor de quase 16 milhões de euros. O colapso da empresa unipessoal do ex-jornalista Luís Delgado é uma das estórias mal contadas do jornalismo português, porque surge apenas seis anos depois de um suposto negócio de sucesso, quando a Trust in News comprou diversos títulos, com a revista Visão à cabeça, prometendo pagar 10,2 milhões de euros à Impresa. Afinal, só pagou cerca de um terço, usando um empréstimo do Novo Banco, a quem deu calote, e foi construindo sem incómodo um passivo que vai já nos 30 milhões de euros. Mais de metade são dívidas à Segurança Social e à Autoridade Tributária e Aduaneira. Tudo com a 'protecção' do Governo de António Costa, que, desde o ano passado, quando o PÁGINA UM descobriu o 'buraco' da dona da Visão, nunca esclareceu como era possível uma empresa com capital social de 10 mil euros manter actividade com um tão elevado grau de incumprimento perante o Estado.
03/07/2024
Pedro Almeida Vieira