Artigos relacionados com: "Correio da Manhã"


Gouveia e Melo, os lacaios e o Jornalismo castrado numa bandeja
"[...] Sem pudor nem pejo, a CCPJ quer castrar – mesmo sem aspas – o melhor que o Jornalismo sempre deve possuir para se honrar: a independência para jamais proteger, nem por preguiça ou negligência, interesses instalados; o arrojo de enfrentar os poderes; a coragem de lutar pela liberdade de informação até ao limite (e neste caso até nos tribunais); a persistência na busca da verdade e da justiça. [...] Na verdade, não me vejo como herói nem tão-pouco como um eventual herói injustiçado e difamado – até porque uma eventual ‘condenação’ da CCPJ valer-lhes-á mais como vendetta, servindo para lançar um labéu contra o PÁGINA UM, que tem mostrado também os podres da imprensa portuguesa [...]. Vejo-me sim apenas como um jornalista num cenário anacrónico, onde na cúpula da regulação, na CCPJ, estão apenas uns lacaios [...]."
31/07/2024
Pedro Almeida Vieira

‘O Diário Secreto que Salazar não leu’: prefácio de Nigel West
Na rubrica 'Caderno dos Mundos', o prefácio de Nigel West a um dos livro de Rui Araújo: 'O Diário Secreto que Salazar não leu'.
24/07/2024
Rui Araújo

ERC quer ‘escurecer’ Lei da Transparência dos Media
Confidencialidade 'ad hoc' sobre os acordos parassociais, redução das entidades com obrigatoriedade de revelarem dados financeiros, expurgo eventual de informação sobre o governo societário e redução substancial de coimas, e mesmo a sua suspensão - eis a 'resposta' do Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) para enfrentar a crise na imprensa portuguesa. A proposta de revisão da Lei da Transparência dos Media - uma legislação que, desde 2015 exige a revelação de informação essencial para perceber quem (e como) está a comunicação social -, apresentada este mês pelo regulador ao Governo e à Assembleia da República, 'mutila' diversos princípios de transparência e abre portas para a criação de modelos pouco ortodoxos de financiamento, através, por exemplo, de acordos parassociais a classificar como confidenciais. Com esse expediente, criam-se as condições para esconder do público quem são os 'decisores' efectivos de uma empresa de media, podendo os detentores do capital social serem meros 'testas de ferro', sobretudo em casos de 'descapitalização' ou falência técnica. Num período crítico para o Jornalismo, esta proposta do regulador é uma autêntica caixa de Pandora, de onde pode sair, efectivamente, todas as desgraças - se é que as já existentes não são suficientes.
18/07/2024
Pedro Almeida Vieira


Reportagem sobre cupão de desconto do Correio da Manhã vai sair cara à CMTV
Para promover uma campanha de descontos do Correio da Manhã, a CMTV decidiu ir dar uma 'ajudinha', fazendo uma reportagem numa papelaria lisboeta e usando uma jornalista. A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) considerou, porém, abusivo o uso de um espaço noticioso para auto-promoção e levantou agora um processo de contra-ordenação à Medialivre. A campanha do Correio da Manhã, que nem sequer se mostrou um sucesso comercial, pode agora vir a custar uma coima de até 150 mil euros.
09/07/2024
Pedro Almeida Vieira

O Triunfo dos Porcos no Jornalismo português
"[...] Hoje, vê-se como solução para a crise da imprensa a existência de reforçados apoios do Estado, esquecendo que é sobretudo a falta de qualidade e o viés criado por ‘mercadores da imprensa’ que mais contribuem para o afastamento do público e para a desvalorização (financeira) do papel dos jornalistas. Hoje, banalizaram-se muitas práticas terríveis – como as notícias pagas, as parcerias comerciais e a auto-censura com eventuais comparticipações financeiras –, e isso deveu-se à sua aceitação pelos jornalistas, que se calam e que até criticam ou ostracizam quem as denuncia. Há, além disso, uma espécie de omertà, de silêncio cúmplice, porque (quase) todos têm telhados de vidro, (quase) todos receiam represálias, (quase) todos pactuam para não afectar empregos, prebendas, amizades e ambições. Tem sido tudo isto a matar o Jornalismo, enquanto Luís Delgado vive na sua quinta em Santo Estêvão, o inenarrável Domingos de Andrade se vai tornar no homem-forte de um novo grupo editorial e a família Balsemão insufla 'oxigénio' em mais uma emissão obrigacionista depois das ajudas do Novo Banco. Presumo que "vai ficar tudo bem". Assistimos, na verdade, ao Triunfo dos Porcos que emporcalham a democracia."
22/06/2024
Pedro Almeida Vieira

Jornalismo: quatro notas sobre o pântano
Domingos de Andrade ainda é director de órgãos de comunicação social, mesmo sob a acusação de mercadejar notícias e elogios. O Correio da Manhã tem uma secção de notícias co-financiadas pela União Europeia para lançar ditirambos à União Europeia pela pena de uma jornalista e a voz de uma comissária europeia. A TVI faz um 'simulacro' de investigação sobre as reacções adversas das vacinas contra a covid-19, três dias antes de uma 'summit' da sua irmã CNN Portugal com o patrocínio da Pfizer. E há um encontro marcado de supostos órgãos de comunicação social não-tradicionais que querem mostrar como se faz jornalismo independente: vivendo à sombra dos subsídios de fundações. Eis quatro notas sobre o pântano onde se afunda o Jornalismo.
16/06/2024
Pedro Almeida Vieira

Pescueza: Esta terra é para velhos
'Caderno dos Mundos' é uma rubrica do jornalista Rui Araújo, com uma selecção de histórias ao longo de mais de 40 anos de grande repórter. Hoje, uma reportagem sobre Pescueza, uma vila espanhola sem lares de idosos.
13/06/2024
Rui Araújo

Operação Babel: Contratos promíscuos de Domingos de Andrade foram revelados pelo PÁGINA UM em 2021
Escutas da 'Operação Babel' confirmam o papel de Domingos Andrade - actual diretor-geral editorial do Jornal de Notícias e da rádio TSF, e sócio de uma das empresa que está a adquirir alguns títulos da Global Media - na angariação de contratos com a autarquia de Vila Nova de Gaia alegadamente a troco de notícias. Uma parte das escutas é divulgada hoje pelo Correio da Manhã, mas desde 2021 que o PÁGINA UM tem investigado e revelado os contratos promíscuos envolvendo Domingos de Andrade e a Global Media. Mas não só. Outros grupos de comunicação social portugueses têm sido 'apanhados' pelas investigações do PÁGINA UM com 'parcerias comerciais' que envolvem a produção de notícias à medida e mesmo a realização de 'entrevistas'. Na sequência das investigações do PÁGINA UM, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social chegou a abrir contra-ordenações a sete empresas de media por contratos promíscuos e enviou a identificação de 14 jornalistas 'comerciais' para a Comissão da Carteira Profissional de Jornalista (CCPJ). Um ano depois, aquilo que daí saiu foi, para já, nada.
11/06/2024
Elisabete Tavares e Pedro Almeida Vieira

Um benfiquista com nove dobradinhas foi ver um sportinguista perder uma
Pedro Almeida Vieira foi ao Estádio Nacional em vez de ir escrever uma notícia de investigaçao para o PÁGINA UM que eventualmente seria manchete no Correio da Manhã daqui a 13 dias...
26/05/2024
Pedro Almeida Vieira

Camaradas jornalistas, vamos acabar com esta palhaçada?
"[...] Seremos o único órgão de comunicação social a não achar aceitável que a imprensa – que tem uma dívida de agradecimento à democracia, pela liberdade de expressão que nos concede – promova activamente a discriminação de forças partidárias. E isso faz-se também, ou sobretudo, “eliminando” intencionalmente, do combate político e do conhecimento público, as ideias de alguns partidos reconhecidos pelo Tribunal Constitucional, por mais estapafúrdias que algumas sejam, apenas com base num falacioso e inconstitucional critério derepresentatividade social. Uma democracia assim não se rejuvenesce. Pelo contrário, cabe à comunicação social (e aos jornalistas) lutar contra quaisquer actos ou medidas que cerceiem – ou censurem –, à priori, a igualdade de oportunidades. Em campanhas eleitorais, a imprensa tem responsabilidades acrescidas. Não deve olhar apenas para as audiências, para a comodidade ou para as preferências, ou para os interesses em manter o status quo. Durante uma campanha eleitoral, não ficaria mal que a comunicação social fosse sobretudo um "prestador de serviços" isento e independente sem olhar a credos nem grandezas - seria uma prestação de serviços ao público, mas esta legítima e necessária, por ser um penhor à democracia. [...]"
25/05/2024
Pedro Almeida Vieira