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Desde Maio que o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) tinha prevista uma campanha publicitária para prevenção de incêndios rurais, a qual iria arrancar em meados de Junho. Mas o contrato só foi assinado ontem. Os canais de TV generalista são os grandes beneficiados com esta campanha publicitária de 725 mil euros em receita fresquinha, que também vai beneficiar rádios e imprensa regional e local dos concelhos com maior risco de registar fogos.

Republicamos uma análise de 2024, que se baseou num texto de 2021 que, por sua vez, é fruto de uma actualização de uma investigação mais alargada a partir do livro 'Portugal: o vermelho e o negro' de 2006.

A opinião da jornalista Elisabete Tavares sobre o facto de Mafalda Anjos - que foi um rosto pela intolerância, espalhou ódio e defendeu a segregação na pandemia - estar agora preocupada por estarmos a viver um clima similar ao da Alemanha de 1930.

Nada de novo no “reino da Dinamarca”: um juiz quer saber como um jornalista passa os tempos livres e há quem peça ao Ministério Público o encerramento do PÁGINA UM. Entretanto, após dois artigos incómodos, surgem os haters como hienas, com rótulos como “chalupa” e “odiento”, entre mentiras, baixezas e censura. Em 2025, na república de Portugal, certos temas ainda despertam as Fúrias — as Erínias da mitologia grega —, implacáveis guardiãs da vingança e do despeito.

O administrador judicial da insolvente Trust in News (TIN), André Correia Pais, enfrenta o delicado desafio de aprovar as contas de 2024 que retratem fielmente a situação do grupo de media fundado por Luís Delgado. Sem prazo definido para conclusão e já fora do calendário legal para publicação no Portal da Transparência dos Media, essas contas terão de esclarecer se uma 'misteriosa rubrica' de 14 milhões de euros no activo da TIN corresponde a valores reais ou é 'contabilidade criativa' de contornos fraudulentos.

Um artigo com co-autoria de Filipe Froes, António Diniz e uma ex-jornalista na revista científica da Ordem dos Médicos revela como a Ciência em 2025 pode ainda ser instrumentalizada para fins políticos, panfletários e mediáticos. Sem metodologia, com omissões graves e retórica vazia, o texto visa perpetuar a ideia de uma tragédia sanitária durante a pandemia, com o selo institucional da Ordem dos Médicos que trai a própria Ciência.

O INSA divulgou previsões catastróficas de mortalidade por calor, recuou horas depois sem explicações e recusa agora esclarecer os critérios do Índice ÍCARO. Números alarmistas para justificar alertas oficiais foram alterados em silêncio. Um modelo opaco, manipulado à conveniência, mina a confiança na saúde pública.

Entre hoje e quarta-feira, o modelo ÍCARO do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge e do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) aponta para valores que, se se confirmassem, implicariam quase 2000 mortes em três dias. Mas o modelo, criado em 1999, mostra-se demasiado catastrofista quando atinge números elevados, embora esta semana seja mesmo de elevado risco.

Invocando o Apocalipse, Clara Pinto Correia denuncia a expulsão de são-tomenses em Loures, numa crónica inflamada onde o dogma, a indiferença e o racismo se cruzam num cenário de vergonha nacional.

Quando não há corpo, a justiça caminha no fio da dúvida. Neste longo mas essencial ensaio, Miguel Santos Pereira expõe os riscos da condenação por indícios, entre vieses cognitivos, narrativas mediáticas e a erosão silenciosa do princípio da presunção de inocência.

A cumprir uma pena suspensa de cincos pelo crime de abuso de confiança fiscal agravado, Luís Delgado parece não estar a conseguir estancar a água que está a entrar no seu 'navio' que está prestes a afundar-se. A Justiça não deu 'luz verde' ao plano de insolvência apresentado por Delgado e aprovado pela maioria dos credores da Trust in News. A dona das revistas Visão e Exame enfrenta agora o seu iminente encerramento e os trabalhadores prepararam-se para um provável despedimento colectivo. Para Delgado, as notícias não podiam ser piores: um dos principais motivos para o 'chumbo' do plano pelo Tribunal foi o facto de Delgado impor como condição que os credores ficassem impedidos de fazer acções de execução sobre os 'fiadores' da TIN. Ou seja, ele próprio.

O PÁGINA UM, ao denunciar este caso em 2023, não apenas antecipou o desfecho — antecipou a verdade. E escrevo isto sem qualquer júbilo: o encerramento de 16 títulos de imprensa, por mais irrelevantes que se tenham tornado, é sempre uma perda simbólica para o pluralismo informativo. Mas essa perda só é superada pela complacência que permitiu que estes títulos sobrevivessem durante anos à custa do dinheiro que não pagavam ao Estado, nem aos trabalhadores nem aos credores. O jornalismo só se defende com verdade, independência e rigor. E isso começa pela denúncia dos que, em nome do jornalismo, dele abusam. A Trust in News morreu. Viva o jornalismo! Que a verdade continue viva.